Encontramos a palavra שְׁאוֹל Sheol em muitos textos do Antigo Testamento. Muitos acreditam que seu significado seja "inferno". No entanto, para os semitas, Sheol era a morada dos mortos, tanto dos bons quanto dos maus. Não representava uma ideia de inferno como a concebida posteriormente.
Na época, os israelitas não tinham a concepção de "morar no céu" após a morte, pois o céu era considerado a habitação de Deus e dos anjos. Os judeus começaram a desenvolver uma compreensão mais clara do conceito de paraíso como morada eterna durante o período do exílio babilônico (século VI a.C.). Esse período de exílio e contato com outras culturas e religiões, como o zoroastrismo, influenciou a evolução de suas crenças sobre a vida após a morte.
Antes disso, a visão predominante era que o Sheol era o destino de todos os mortos, sem distinção entre bons e maus. A ideia de um paraíso como recompensa para os justos e um inferno para os ímpios começou a se formar mais claramente após o exílio, especialmente durante o período do Segundo Templo (século VI a.C. - 70 d.C.).
Essa visão original pode ser observada em passagens bíblicas como Gênesis 37:35, em que Jacó espera descer ao Sheol para se reunir com seu filho José, independentemente do estado moral de ambos. Outro exemplo é Eclesiastes 9:10, que descreve o Sheol como um lugar de inatividade, sem distinção moral.
Diante disso, eu te pergunto: Você já conhecia o conceito original de Sheol? Como essa compreensão pode mudar sua percepção sobre os ensinamentos bíblicos?
Soraya Abdulhamid