COMUNHÃO, COMUNHÃO!

“Tenham compaixão daqueles que vacilam na fé. Resgatem outros, tirando-os das chamas do julgamento.
De outros ainda, tenham misericórdia, mas façam isso com grande cautela, odiando os pecados que contaminam a vida deles.” Judas 22,23


Quando tratamos sobre a comunhão, as primeiras palavras que provavelmente se passam em nossas cabeças são algo como igreja ou corpo, e de fato isto está correto. Porém, quando paramos e analisamos mais calma e profundamente os desafi os que nos são propostos como
membros da Igreja, o corpo de Cristo, percebemos que uma das principais questões é: como estimular (e manter) a comunhão com aqueles
que “vacilam na fé”, como diz Judas, irmão de Jesus? Judas escreve sua carta destinada aos cristãos daquele século primitivo, tanto judeus quanto gentios, e trata principalmente sobre a batalha pela fé, ressaltando os deveres do crente em meio aos falsos ensinos que estavam sendo propagados naquela época. No fim de seu escrito, ele traz importantes lições sobre como os cristãos devem agir diante daqueles que estão vacilando na fé, as quais veremos a seguir.


Resgatem outros (23a): a primeira lição que Judas nos traz é a de que devemos nos mobilizar em favor daqueles que estão vacilando.
Precisamos ser proativos, indo atrás daqueles que estão afastados ou em pecado, buscando-os e alcançando-os de maneira que eles possam ser livrados das chamas do julgamento.

Seguindo o exemplo das parábolas relatadas em Lucas 15 (Ovelha perdida; Moeda perdida; Filho perdido), devemos buscar incansavelmente
ao que se perdeu, resgatando-o e trazendo-o de volta para a comunhão.


Tenham misericórdia (23b): a segunda lição que vemos no texto é a de que devemos amar ao pecador, demonstrando através de nossos
atos o quão importante aquela vida realmente é. Judas nos mostra o modo que devemos fazer isso, “odiando os pecados”, e creio que esse é o maior desafio. Quando falamos sobre pecadores, estamos falando sobre pessoas que pecam, e por mais óbvio que isto aparenta ser, muitas vezes esquecemos desse fato. Os que vacilam na fé não deixaram de ser pecadores, e devemos mostrar misericórdia ao odiar o pecado, não o pecador.


Tenham compaixão (22a): voltando um pouco ao versículo anterior, vemos a maneira como devemos tratar os que vacilam na fé. Não é possível resgatar os outros, ou ter misericórdia dos pecadores, se antes não tivermos compaixão por aqueles que se afastaram. Se nosso coração não estiver disposto a amar, independente da situação que se passe, não estaremos prontos para estimular a comunhão àqueles que estão fora do corpo. A compaixão é o primeiro passo para alcançar os que vacilam na fé. Que as nossas orações e ações se inclinem a isso, de maneira que nos tornemos mais sensíveis àqueles que estão vacilando na fé. Quando a Igreja estiver andando nessa direção, o nome de Cristo será glorificado, e as nações serão impactadas por seu poder e amor.


André Fogaça Souza Minicz