CONHECER JESUS NO “PARTIR DO PÃO”

“Tenho desejado ansiosamente comer convosco esta Páscoa, antes do meu sofrimento” (Lc 22.14)


Leia Lucas 22.7-23 – A preocupação de Deus em associar a comunhão à refeição é grande. Muito do que somos como cristãos é revelado na forma como encaramos a manutenção da vida.


Logo, no Jardim do Éden, a escolha as refeições foi fundamental, determinante e decisiva.


A pedagogia divina aplicada ao povo de Israel no deserto, por meio das porções diárias de pão (maná), durante quarenta anos, ainda hoje nos edifica. Vamos recordar: de domingo a quinta: uma porção; na sexta-feira: porção dobrada; no sábado: porção zero. Lembremos que Deus não permitia que “o refeitório” sofresse qualquer alteração em sua rotina. A mesma lição, mais tarde, foi replicada na semana de anos do povo na Terra Prometida: do ano 1 ao 5: plantio/colheita regulares; no ano 6: promessa de colheita dobrada para que no ano 7 não houvesse plantio/ colheita. Assim as semanas de anos deveriam se suceder até o ano 48 quando a promessa de colheita triplicada seria cumprida a fim de que nos anos 49 e 50 não houvesse plantio/colheita.


Não é à toa que um dos temas escolhidos por Jesus para compor uma Oração Modelo foi “o pão de cada dia”. É digno de nota o fato de que muitos de nós, em vez de orar “Dá-nos hoje o pão para este dia” (NVT), cravamos, a meu juízo, indevidamente “Que este pão jamais falte nesta mesa”.


Esta troca não cristã na oração modelo é apócrifa. Concorda?


É, de fato, importante notar que a última noite de Jesus com seus amigos/discípulos mais próximos, antes de sua morte, foi reservada intencionalmente por Jesus para uma refeição. A instrução é clara (Lc 22 NVT): “preparem a refeição para que comamos juntos” (v.8); “onde fica o aposento no qual comerei a refeição com meus discípulos?” (v.11); “preparem ali a refeição” (v.12); “estava ansioso para comer a refeição com vocês” (v.15)... e aí vai até o inesquecível “façam isto (comam juntos) em memória de mim” (v.19).

Portanto, é isso mesmo: o cristão deve conhecer a Cristo no partir do pão. Lembram-se dos dois discípulos no caminho para Emaús? A revelação final a respeito de Jesus, vivo novamente e para sempre, foi dada “no partir do pão”. A experiência diária de reconhecer Jesus no sustento é absolutamente vital à alma, assim como o pão ao corpo. Não
é à toa que o Salmo 127 afirma:


“É inútil trabalhar tanto, desde a madrugada até tarde da noite, e se preocupar em conseguir o alimento, pois Deus cuida de seus amados enquanto dormem.” (NVT). A cada refeição devemos ver nosso Pastor presente: nos pastos verdejantes, nas águas tranquilas e na mesa posta (Salmo 23). Davi sabia reconhecer o
Senhor em seu sustento diário.


Jesus deve ser lembrado sempre, em todas as ações da vida – “em tudo que fizermos” (Colossentes 3.17) – mas, nas refeições isso deve ser cultivado de modo especial,
sagrado! Não é sem motivo que Jesus instituiu a sua Santa Ceia como memorial da sua morte e ressurreição, como também o anúncio de seu retorno glorioso, quanto faremos refeições juntos pelos séculos dos séculos. Amém!


Pr . Daniel da Silva – ICE Paulistana