“Mas o fruto do Espírito é… amor.” (Gálatas 5.22)
O apóstolo Paulo apresenta o fruto do Espírito como algo extraordinário que o Espírito Santo produz em nós. Diferente das obras da carne, que refletem os méritos humanos, o fruto do Espírito é inteiramente obra de Deus. Não podemos produzi-lo por conta própria, mas cabe a nós buscar a santificação, confiando que o Espírito Santo fará esse fruto brotar no tempo certo. O termo “fruto”, usado no singular, enfatiza que Paulo não está falando de características independentes, mas de um único fruto composto por nove características: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Esse fruto é resultado do processo gradual de transformação realizado pelo Espírito. Embora o fruto seja obra de Deus, temos a responsabilidade de nos submeter ao Espírito por meio da oração e leitura da Palavra de Deus. Assim como uma árvore precisa ser plantada e cuidada, nossa vida espiritual precisa ser regada e cultivada diariamente.
O crescimento é inevitável para aqueles que permanecem em Cristo, pois Ele é a fonte de nossa mudança. Paulo inicia o fruto do Espírito com o amor, e isso não é por acaso. O amor é a base de todas as outras virtudes. Quando olhamos o contexto de Gálatas 5, vemos que Paulo fala sobre o amor pelos irmãos (v. 15, 26), mas esse amor também se estende a Deus e a toda humanidade. Quando se fala em amor, é fundamental que em primeiro lugar seja destacado o amor de Deus. Esse amor é o coração do evangelho. Não é um sentimento passageiro, mas um compromisso eterno que transforma nossas vidas. O maior exemplo desse amor é Deus entregando Seu Filho para nos salvar.
Esse ato sacrificial nos mostra que o amor de Deus é eterno e incondicional. Em resposta, somos chamados a amar o Senhor de todo o coração, alma e força (Deuteronômio 6:5). Esse amor deve se manifestar em obediência e entrega, moldando nosso caráter e atitudes. Após falar sobre o amor de Deus em nossas vidas, o segundo destaque é o amor ao próximo. Este amor não é baseado em sentimentos ou preferências, mas em obediência ao mandamento de Cristo. Jesus nos chama a amar até mesmo aqueles que nos fazem mal (Mateus 5:44). Esse amor se traduz em compaixão e misericórdia, como exemplificado na parábola do bom samaritano (Lucas 10:25-37). Nessa história, o samaritano ajuda um judeu ferido, mesmo pertencendo a um povo desprezado por ele. Esse tipo de amor transcende barreiras, preconceitos e interesses pessoais, servindo e acolhendo com humildade. Amar quem nos fere só é possível ao compreender o amor do evangelho.
Deus nos amou enquanto éramos pecadores (Romanos 5:8), tomando a iniciativa de restaurar nosso relacionamento com Ele. Esse amor sobrenatural nos capacita a perdoar, servir e amar como Jesus. Somente o amor que vem de Deus pode transformar nossas vidas e relacionamentos. É um amor que nos chama à renúncia, ao serviço e ao perdão. Assim, busque a Deus e peça que o Espírito Santo desenvolva esse fruto em você. Permita que Seu amor molde suas ações e transforme seus relacionamentos. O amor é o fundamento de todas as coisas, e quando guiamos nossas vidas por ele, refletimos a glória de Deus ao mundo. Como Paulo afirma: Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores (Romanos 5:8).
Pr. João Antônio Pereira Neto