A BELIZA DA UNIDADE CRISTÃ

O Salmo 133 é uma das mais belas declarações sobre a vida em comunidade que encontramos na Bíblia. Nele, o salmista contempla o povo de Deus reunido e declara: “Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos!” Essa afirmação não é apenas poética; ela nasce de uma visão espiritual profunda.

Quando Deus olha para o Seu povo, Ele não vê um ajuntamento de desconhecidos nem um grupo de pessoas apenas convivendo. Ele vê irmãos, filhos de um mesmo Pai, chamados por Cristo para viverem em família.

Desde o princípio, o Senhor nos ensinou que essa irmandade não é uma escolha, mas uma realidade espiritual.

Jesus deixou isso claro quando disse: “Subo para meu Pai e vosso Pai” (Jo 20:17).

A unidade é um fato estabelecido por Deus, mas viver nela exige propósito, humildade e amor. Por isso a Palavra nos lembra que existe um preço: amar de verdade, socorrer o irmão, vencer o egoísmo e resistir ao espírito de divisão (1 Jo 3:1118).

O salmista, ao observar o povo reunido no templo, talvez visse abraços, sorrisos, reencontros. Essa imagem o impacta.

Ele compara a unidade ao óleo precioso derramado sobre Arão, um símbolo de consagração, honra e beleza.

Assim como o óleo escorria perfumado pela barba do sacerdote, espalhando fragrância, também a união dos irmãos produz um impacto visível e agradável.

É como o orvalho do monte Hermom, que desce e traz vida e frescor.

Onde há unidade, há beleza espiritual, e isso alegra o coração de Deus.

Mas essa unidade não é apenas agradável; ela é poderosamente abençoadora. O texto afirma que “ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre”.


Onde há divisão, Deus não opera. Ninguém cresce espiritualmente guardando inimizade, fofoca, facção ou espírito de rivalidade. A divisão é obra da carne, e o inimigo se alegra quando consegue romper relacionamentos (Gl 5:20; Jo 10:10).

Por outro lado, onde o povo anda em amor, dedicação e propósito comum, o Espírito Santo derrama sua unção. Assim como o óleo consagrava Arão, o Espírito consagra a igreja para servir com poder. Não é por acaso que, quando o Espírito Santo desceu em Atos 2, os irmãos estavam juntos, perseverando unânimes. A unidade abriu espaço para um mover extraordinário.

Além disso, a unidade da igreja é um testemunho vivo para o mundo. Jesus afirmou que o amor entre nós convenceria os de fora de que Ele realmente veio do Pai (Jo 17:20-25). Uma igreja dividida escandaliza; uma igreja unida atrai, cura e inspira. A comunhão cristã tem poder de impactar pessoas que talvez nunca ouviriam um sermão, mas verão nosso amor. Por isso, esta é a chamada f inal do salmo e do sermão: decida viver a verdadeira unidade cristã.

Confesse pecados que ferem relacionamentos; deixe Deus quebrar a dureza do coração; restaure vínculos; perdoe; seja pacificador.

Ore com outros, carregue cargas, participe da vida da igreja com sinceridade.

Quando fazemos isso, Deus ordena Sua bênção, em nós, na igreja e até naqueles que nos observam.

Que possamos, de todo o coração, dizer e viver:

“Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos!