“Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros.” Jo 13.35.
Muitas vezes, somos demandados a ajudar pessoas e até parentes que estão passando por algum problema. Em outras oportunidades, somos convocados a apoiar trabalhos da igreja, como empreitadas de evangelização ou de boas obras. Logicamente, é mais fácil ajudar quando estamos totalmente disponíveis e não estamos passando por nenhuma dificuldade que nos distraia, mas é comum encolhermos as mãos e os braços quando já temos a agenda ocupada, ou estamos “de cabeça cheia” com nossos próprios problemas. Como o exemplo de Jesus nos orienta a agir nessas situações?
Vejamos o que aconteceu com Jesus e seus discípulos em Mateus 14.13-21. João Batista fora assassinado na prisão algum tempo antes, a mando de Herodes Antipas, e ele pensava que Jesus poderia ser uma espécie de ressurreição de João, por seu ministério ligado ao dele.
No final do capítulo 13 de João, vemos que Jesus estava antes em Nazaré, na Galileia. Pela maldade de Herodes Antipas, não seria estratégico para Jesus fi car na região governada por ele, que incluía Nazaré. Por isso, Jesus se deslocou de barco para leste, para a região de uma cidade chamada Betsaida (conforme Lucas 9.10-17), que também fica nas margens do mar da Galileia, mas fora dos territórios de Herodes Antipas.
A região de Betsaida fica a uns 7 km de Cafarnaum, onde Jesus já havia realizado muitos milagres com boa aceitação. Para fugir de Nazaré a Betsaida, ele e seus discípulos provavelmente foram a pé até Cafarnaum, onde Pedro, Tiago, João e André tinham sua base de pesca, e de lá pegaram um barco e navegaram até Betsaida. Quando eles saíram, o povo veio acompanhando, caminhando perto da margem! João 6, passagem paralela, diz que as pessoas o seguiam porque haviam visto antes os seus sinais. Valia a pena estar por perto de Jesus.
O Mestre não via as pessoas necessitadas como uma interrupção na sua agenda. Ele adaptou sua estratégia para atender os necessitados. Ele se compadeceu das pessoas e curou os enfermos. Como aplicação: como nos comportamos ao nos depararmos com alguém que precisa de ajuda? Jesus agiu de forma superior, mesmo estando em risco.
No fim da tarde já tinha passado da hora do jantar, e as pessoas deveriam ir embora e providenciar suas próprias refeições (e os discípulos também). Mas Jesus desafiou os discípulos a providenciarem a comida de todos. Havia um menino em cuja lancheira tinham 5 pães e 2 peixes – e isso era toda a comida encontrada. Jesus reuniu os recursos disponíveis, agradeceu ao Pai e organizou a distribuição de comida para mais de 5 mil pessoas. Em Lucas 9.14, vemos que Jesus pediu aos discípulos para orientarem as pessoas a se sentarem no chão em grupos de 50, o que facilitaria a distribuição, pois poderiam andar entre os grupos e ver melhor quem recebeu ou não. A seguir, Jesus multiplicou os pães e os peixes! Eles iam distribuindo e o pão não acabava. É interessante observar que sobraram 12 cestos de comida – um cesto para cada discípulo. Uma prova inconteste de que a provisão vem totalmente de Deus. Como segunda aplicação, aprendemos que, ao ajudar, façamos o melhor possível. Deus proverá.
Que nós, perto do fim deste ano, cujo tema é Comunhão, nos lembremos que nossos irmãos e amigos não são uma interrupção na agenda, ou um problema a mais, mas são o verdadeiro objetivo de nosso chamado em Jesus de amor ao próximo.
Pb. José Perote