Filipenses 2.12-18
Como em suas outras cartas, Paulo se preocupava com a perseverança dos cristãos, incentivando-os a crescer no amor a Deus e uns aos outros. Em Filipenses 2.12-18, ele exorta os crentes a desenvolverem sua salvação, serem luz em um mundo corrompido e preservarem a Palavra da vida. Paulo ordena aos filipenses que trabalhem sua salvação com temor e tremor. A salvação é pela graça, mas a santificação requer nossa cooperação. O verbo “trabalhar” destaca a necessidade de esforço contínuo na obediência. Portanto, a santificação não acontece automaticamente; é um processo diário de transformação. O versículo 13 revela que Deus opera em nós o querer e o realizar conforme Sua vontade.
Ou seja, nossa parte é desenvolver a santidade, e Deus nos capacita para isso. Jesus, em João 17.17, declara que somos santificados pela verdade, que é a Palavra de Deus. Santificação é como um jardim: exige cuidado diário. Paulo alerta contra murmurações e contendas, que comprometem a unidade da igreja. Ele faz referência a Deuteronômio 32.5, onde Israel é chamado de geração perversa e corrupta. Agora, os cristãos devem ser o oposto disso: luzeiros no mundo (Dn 12.3). Ser luz significa viver de modo irrepreensível. Se trata de um testemunho que glorifica a Deus. O povo de Deus sempre foi chamado para refletir Sua santidade. Nossa vida deve ser uma vitrine para o mundo, demonstrando santidade em todas as áreas: linguagem, família, trabalho, cidadania, vestimenta, uso do tempo e ética nos negócios, etc.
Paulo ensina em Tito 2.10 que nossa conduta deve tornar a doutrina de Deus atraente. Se não há transformação de vida, a luz se apaga e não cumpre seu propósito. Aqueles que são luz também transmitem a Palavra da vida. Paulo exorta os filipenses a crerem e não dependia das circunstâncias, mas de sua comunhão com Cristo. Desde os primeiros versículos, Paulo demonstra um profundo cuidado com os filipenses. Diferente de muitos líderes atuais, que buscam apenas seus interesses, ele se preocupava genuinamente com o crescimento espiritual da igreja. Hoje, muitos cristãos abandonam princípios bíblicos, e igrejas se tornam influenciadas por valores seculares.
A Europa, outrora um celeiro de missionários, é um exemplo de como o afastamento da Palavra resulta em decadência espiritual. Hebreus 12.1 nos exorta a correr com perseverança a carreira da fé, livrando-nos do pecado que nos assedia. A verdadeira santidade não se resume a sentimentos ou rituais religiosos, mas é evidenciada no caráter e nas ações. Um cristão maduro reconhece sua luta contra o pecado (Rm 7.15-20) e busca constantemente crescer em santidade. Quando desenvolvemos nossa salvação com temor e tremor, evitamos murmurações e contendas, vivemos de forma irrepreensível e nos tornamos luz no mundo. Como consequência, preservamos e proclamamos a Palavra da vida, cultivando diariamente um relacionamento profundo com Deus. Esse é o chamado de todo cristão: viver de maneira que glorifique a Cristo e ilumine um mundo em trevas.
Pr. João Antônio Pereira Neto