“para que não haja divisão no corpo; pelo contrário, coopere, os membros, com igual cuidado, em favor uns dos outros.” (1Co 12.25)
Certa vez Jesus e seus discípulos estavam rodeados de pessoas, um grande ajuntamento (Mc 5.24-24). Amontoados, apertados, uma pessoa empurrando a outra, grudados na busca de prodígios e milagres, curiosos, juntos e reunidos atrás do Cristo, atrás da satisfação de seus desejos humanos e terrenos. Mas no meio de tudo aquilo, de toda aquela multidão, Jesus foi tocado! (Mt 9.20-21). Dele saiu poder! (Mc 5.30).
E o poder saído dele nos fala sobre “encontro”, sobre a comunhão entre Jesus e quem o tocou, a mulher hemorrágica. Com ela havia uma doença que se arrastava há longos doze anos. Ninguém deu solução para o problema daquela mulher, até que ela veio “encontrar-se” com Jesus, movida pela fé que a tocou.
Estar no meio de um ajuntamento de pessoas não é ter encontro ou estar encontrando com Cristo e em Cristo; sem este verdadeiro encontro, ou sem esta verdadeira comunhão é impossível termos comunhão na comunidade cristã na igreja.
Receber o poder que cura, que liberta, e assim corrermos para a multidão firmes, fortes, potentes no Senhor e na força do seu poder, para anunciarmos as suas maravilhas e crescermos na graça e no conhecimento, nos traz naturalmente a bendita comunhão.
Bendita comunhão dos nossos dons e talentos que recebemos no derramar do Espírito Santo entre nós, nos unindo em amor, na fé, na esperança, na Sua graça abençoadora. É na comunhão de nossos dons e talentos que nos fortalecemos como Corpo de Cristo. Estar em comunhão com o Senhor e ou com nossos irmãos e irmãs em Cristo é entrar em outra velocidade, no ritmo que o Espírito de Deus prepara para todos os que são chamados “filhos de Deus”.
Precisamos nos aquietar, diminuir a velocidade, parar um pouco, e ouvir atentamente a voz do Espírito, ouvir atentamente aquele que nos procura, que nos chama com eterno amor e nos atrai a si mesmo, a pessoa bendita de Jesus Cristo. “Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei...” (Sl 42.11).
Esteja pronto para ouvir, tardio para falar, para se irar (Tg 1.19). Aquiete-se no Senhor (Sl 46.10), procure o esconderijo do altíssimo (Sl 91.1), clame e espere Ele se inclinar a você (Sl40:1; 116:2).
Entre no seu quarto (Mt 6.5), apresente-se ao Senhor e O escute (Sl 43.4-5). Assentese e ouça com atenção o seu próximo, incline os seus ouvidos e receba o seu próximo em amor (Sl 16.1-3) e com amor.
Procure conhecer o dom que Deus lhe deu, desenvolva os talentos que recebeu e não os esconda; divida, troque, reparta (Mt 25.14-16). Os dons e talentos repartidos irão se multiplicar em nosso meio. Não hesite, não se esconda, deixe aparecer! Precisamos uns dos outros, somos diferentes e necessários, pois “a manifestação do Espírito é concedida a cada um visando um fim proveitoso.” (1Co 12.7). Que este fim proveitoso nos una cada vez mais.
“Oh quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união. É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Arão, e que desce à orla das suas vestes. Como o orvalho de Hermom, e como o que desce sobre os montes de Sião, porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre.” (Sl 133:1-3).
Lara Tolentino Ferreira