COMUNHÃO TEM TUDO A VER COM PEQUENOS GRUPOS

“Ora, quanto mais vale um homem que uma ovelha?” (Mt 12.12).


Pensar em comunhão é entender que existem dois ângulos. Primeiro o da fácil interação, da espontaneidade na alegria, da simplicidade dos relacionamentos, da leveza na correspondência do amor, da graça pacífica, do prazer em estar junto. Segundo o do alto custo que é proporcionar uma comunhão com as características do primeiro ângulo.


Como diz o corinho: “Eu sei que foi pago um alto preço, para que contigo eu fosse um, meu irmão” – Sim, exatamente isso: Um elevado custo que já foi pago pelo sangue do Cordeiro de Deus, que “comprou com o seu próprio sangue.” (At 20.28). Ou como diz João na visão do livro selado: “Digno és de tomar o livro e abrir-lhes os selos, porque foste morto e com teu sangue comprastes para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação e para o nosso Deus os constituístes reino e sacerdotes.” (Ap 5.9-10). A comunhão é simples e acessível a todos, mas custou um alto preço que já foi pago.


Não é possível desassociar um do outro. A multiplicidade dos membros, a variedade dos dons e serviços faz com que tenhamos em mente que é necessário investimento da parte de cada um para proporcionar uma comunhão leve e alegre. Somos um corpo com muitos e variados membros, e existe, entre esses membros, um grande e forte amor que é experimentado em várias áreas da vida. O investimento para proporcionar comunhão deve ser intenso e contínuo.


A igreja de Jesus é composta por membros comuns, que acertam e que erram. Pessoas que pecam e confessam seus pecados; pecam e pedem perdão por isso. E, nessa interação da comunhão, refletem o amor de Deus. As pessoas de fora da igreja conheceram ao Senhor também através dos relacionamentos vividos dentro das quatro paredes. Não apenas pela palavra de seus membros, mas também pelo que eles constroem juntos. A forma como expressar a comunhão mostra o grande amor de Deus, bem como o seu investimento para que andemos juntos.


Do membro mais idoso ao recém-nascido, não importando a idade, predomina o amor. Existe um sentimento de causar bem-estar no outro, que vem pela ação do Espírito Santo em cada crente, esses são fatores que irão ocasionar a comunhão que é doce e agradável, conforme nos fala o rei Davi, no Salmo 133.1. Essa comunhão faz o corpo crescer e se fortalecer, seja na oração, na adoração, no ensino, seja em expressões de bondade e amor. A história é escrita a partir da comunhão, que é mais do que apenas estar junto. Em João 17 Jesus orou para que todo o corpo fosse um, unidos em comunhão a exemplo da trindade.


Assim fica entendido que o “alto preço” é o renunciar ao próprio “eu” e amar o irmão com suas qualidades e defeitos. A comunhão exige tempo, dedicação e ensino. Quando isso é feito, a expressão da comunhão é vivida de forma plena de uns com os outros, e então o amor de Deus é demostrado ao próximo. A comunhão entre os membros da igreja é algo necessário para alma e que faz muito bem. É neste momento que crescemos e esta interação deve ser buscada por todos.


Ao passarmos por lutas, não nos desesperamos porque, dentre outros motivos, a comunhão nos fortalece, nos estimula e nos ajuda a enfrentar as grandes lutas, “ai, porém do que estiver só; pois, caindo, não haverá quem o levante.” (Ec 4.10). A nossa comunhão será o nosso testemunho. Isso é o testemunho do poder de Jesus se manifestando em nossas vidas, somos tantas pessoas diferentes unidas em amor.


Pr. Valdemberg Viana