IGREJA / MERCADO

“Deixa-nos ir, pois, caminho de três dias ao deserto, para que ofereçamos sacrifícios ao Senhor, nosso Deus... ” Ex 5.3
Houve um tempo em que Igreja dirigia o Estado e lhe ditava o ritmo bem como o caminho a ser percorrido. Depois uma cisão fez com que cada um seguiu-se seu caminho; o brilho do Estado atraiu a igreja para uma nova parceria, onde ela agora ditava as coisas. Igreja que um dia já foi comprometida com a Palavra se vê agora engendrada nas malhas do governo, precisando lhe dar informações e apresentar balancetes que lhe sejam agradáveis.


Chegou o tempo do Templo/Mercado, da Igreja/Empresa, onde os cultos estão mais para shows que visam entreter e agradar seus “associados” do que a glória de Deus. Isso acontecia na Igreja de Sardes (Ap 3.1-6), que não tinha oposição dos judeus, nem perseguição do estado, não houve na carta nenhuma palavra alusiva a acordos com Satanás, como houve nas primeiras cartas. A Igreja em Sardes caiu no agrado dos moradores, do comércio e do governo, mas não agradou ao Senhor, que lhe envia uma carta e a leva ao arrependimento e mudança. Percebemos muito da má influência da sociedade na igreja de hoje: Na área da música suas letras e ritmo apelam muito ao sentimentalismo humano; na área do ensino atenta-se mais para as necessidades físicas do que espirituais; os estudos e mensagens pregadas mais falam do homem e suas carências do que os leva a refletir sobre a necessidade de mudança; mensagens que não mostram o pecado nem levam ao arrependimento. Nada se fala do inferno nem dos conflitos gerados pela iniquidade no espírito do homem. Vinga a teologia do homo centrismo, onde o homem é o alvo final de todas as ações. No meio de tudo isso surge uma pergunta: E DEUS ONDE FICA EM TODO ESSE EMARANHADO DE ATIVIDADES? Qual o lugar da Palavra e da meditação?


Percebemos uma urgente necessidade de voltarmos a Palavra de Deus, onde Jesus é o centro de todas as coisas e a glória de Deus o objetivo final de todas as coisas. Paulo escrevendo uma carta para os Gálatas, diz: “Porventura, procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de Deus? Ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de Cristo.” (Gl 1.10). A mensagem de Paulo para a igreja em Corinto também tinha o mesmo alvo: “Porque nada decidi saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado. [...] a minha palavra e minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de Deus” (1Co 1.2, 4-5).
Existe uma tendência errada da igreja se parecer com a sociedade para ganhá-la, pois ao se misturar, ela perde a sua essência e logo assimila as práticas pagas que vê. Tais práticas entram sorrateiramente por dois lados: Vindo do púlpito, através de mensagens mal preparadas, que tem o homem no centro, ou vem pelos membros da igreja que trazem de fora com o objetivo de alcançar os ímpios.


Pr Valdemberg Viana