“Bendito é o Rei que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas maiores alturas!” (Lc 19.38)
Creio que todos nós temos em casa lembranças dos locais por onde passamos, um suvenir daquela viagem de trabalho; uma lembrancinha do passeio em família; uma foto inesquecível daquelas férias... Ao aproximar-se da data mais significante para todos os judeus: A Páscoa! Ela representa a libertação total da escravidão do Egito. A passagem da morte para vida. Eles jamais se esqueceriam daquele dia.
Foi na Páscoa que os judeus se livraram da escravidão do Egito de uma vez por todas. Para todos os cristãos, a Páscoa é muito representativa, pois Jesus Cristo é “nosso Cordeiro pascal” (1Co 5.7), e nós fomos libertos da escravidão do diabo. Alcançamos liberdade através do “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29).
Ao aproximar-se do momento do sacrifício, Jesus caminhava calado para o matadouro, “como ovelha muda perante os seus tosquiadores” (Is 53.7). Ele era sabedor que aquele ato seria o mais importante já feito na terra. Caminhava em silêncio para o mais triste gesto já praticado, e a maior injustiça já vista.
Jesus fez uma opção pelo simples, nasceu simples e viveu de modo simples, entrou da forma mais simples em Jerusalém, pregou de maneira simples e compreensível e morreu uma morte cruel. No texto de Lc 19.28-40 vemos alguns destaques da simplicidade de Jesus.
Foi uma entrada humilde (29). Jesus era o dono de tudo (Cl 1.16) e entrou na cidade num animal simples, que representava humildade. Ele podia ter escolhido um elefante, como fazem os reis hindus; um grande cavalo, como os guerreiros; podia ter escolhido a companhia de leões, que iria inspirar respeito e medo. Mas Jesus optou por um animal sem significação alguma: um jumento; o mesmo tipo de animal que transportou Maria, sua mãe, quando ela estava grávida. E foi um jumento que O levou e O trouxe do Egito. Jesus, portanto, não perdia ocasião para ensinar humildade e fazia isso através de Sua própria vida.
Foi uma entrada poderosa (30). Jesus entrou na cidade montado sobre um jumento, mas não era um jumento qualquer; aquele animal nunca havia sido montado antes, um animal “selvagem”, isso era algo que revelava poder, sem deixar de mostrar humildade. Alguns aspectos revelam o poder nessa escolha de Jesus:
a) Foi uma escolha onisciente: “Achareis, disse Jesus”. Só Ele sabia da existência daquele animal ali; só Ele sabia que o dono viria tirar satisfação; só Ele sabia que aquele animal não havia sido montado ainda;
b) Foi uma escolha onipotente: “Jamais alguém o montou”. Era um animal selvagem, chucro, e quem é da área sabe o quanto animais assim dão trabalho e leva tempo para amansar; naturalmente eles não deixam alguém montá-los.
Foi uma entrada gloriosa (35-37). Os discípulos não somente trouxeram o animal para Jesus e O serviram, com rápida disposição, como também, outras pessoas puderam ceder suas roupas, para o arreio. Colocaram mantos e palmas, ao longo do caminho, por onde Jesus passaria. Por entre vozes de louvores diziam: “Bendito é o Rei que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas maiores alturas!” (Lc 19.38). Desse modo, todos foram envolvidos, até os Seus opositores (39).
Pr. Valdemberg Viana