O fruto do Espírito é descrito em Gálatas como um conjunto de nove características que todo cristão deve buscar. Essas virtudes não são opcionais – elas refletem o caráter de Cristo e precisam se manifestar em nós como um todo. Ao nos submetermos a Deus, Ele nos transforma para que o amor, a alegria, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade, a fidelidade, a mansidão e o domínio próprio estejam presentes em nossa vida. Amor, alegria e paz expressam nossa relação com Deus; longanimidade e as demais refletem nosso relacionamento com o próximo.
Longanimidade é uma palavra pouco usada, mas essencial. Significa ter um ânimo estendido, uma paciência que não se esgota. Longanimidade é a capacidade de manter a calma e o controle, mesmo diante de dificuldades. Ela nos ajuda a suportar adversidades com coragem e a não ceder à irritação. Na Bíblia, vemos que essa é uma virtude de quem é bondoso e generoso. É um traço do próprio caráter de Deus, que é paciente conosco e deseja que todos cheguem ao arrependimento. “Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco” (2 Pe 3.9).
O que te tira do sério? Todos nós temos limites e sabemos o que nos incomoda. Talvez seja a ingratidão, a injustiça ou uma situação do cotidiano que nos irrita. A Bíblia ensina que precisamos cultivar a “macrotimia,” uma paciência especialmente voltada para lidar com pessoas difíceis e situações desconfortáveis. O oposto da longanimidade é a impaciência – o “pavio curto” que nos leva a reações impulsivas. Alguém longânimo é aquele que, diante de dificuldades, mantém-se calmo e demora a irar-se.
A Bíblia oferece muitos exemplos de longanimidade. José foi traído por seus irmãos, mas os perdoou; Davi, perseguido pelo rei Saul, nunca revidou; Jó suportou as críticas dos amigos durante seu sofrimento; e Paulo, mesmo enfrentando perseguições, permaneceu firme em Cristo. Jesus é o nosso maior exemplo. Ele suportou a cruz e toda a humilhação por amor a nós, sendo o supremo mestre da longanimidade.
A falta de longanimidade traz consequências sérias. A irritação e a ira corroem nossos relacionamentos e podem afetar até nossa saúde. Sem paciência, casamentos se desfazem, amizades terminam e famílias se dividem. A longanimidade, por outro lado, é a capacidade de suportar situações incômodas e pessoas complicadas com serenidade e firmeza. Ela nos ajuda a lidar com os desafios com uma atitude de bondade e graça. A Palavra de Deus nos dá orientação sobre como agir em tempos de nervosismo: “não se ponha o sol sobre a vossa ira” (Ef 4.26). Ser longânimo significa espelhar a paciência que Deus tem conosco. Ele nos perdoa e compreende, e devemos fazer o mesmo pelos outros, demonstrando graça e generosidade.
Como estão seus relacionamentos? Existe alguém que você precisa perdoar? Gálatas 6.9 nos lembra: “E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido.” Persevere no bem e em cultivar a paciência, pois Deus o recompensará. Se você enfrenta desafios em seus relacionamentos, lembre-se de que Deus foi longânimo com você. Que essa mesma atitude de paciência e compreensão se manifeste em sua vida, trazendo frutos de paz e reconciliação.
Pr. Valdemberg Viana