O ALTO PREÇO DA COMUNHÃO!

“Eu sei que foi pago um alto preço, para que contigo eu fosse um, meu irmão”!


Quando me foi proposto para que escrevesse sobre o tema “O alto preço da comunhão” confesso que achei o tema um tanto forte. Por que um “alto preço” se a comunhão tanto nos alegra? Não consigo nos imaginar uns sem os outros.


Amo nossa Igreja, também sei o quanto somos amados, tanto que deixo isso transparecer, ainda que não declare. Um amigo me fez a seguinte afirmação: “sua igreja é top”. Eu sorri e disse que nunca afirmei isso em palavras, acrescentei ainda que nossa Igreja era composta por pessoas comuns e que acertamos, mas que também erramos. Com isso eu pude perceber o quanto nossa postura “fora da igreja” pode mostrar aos outros quem somos, o que pensamos ou fazemos. Não apenas pela palavra, mas pelo que construímos juntos. A forma como expressamos nossa comunhão mostra o grande amor de Deus.


É bem verdade que não sabemos os nomes de todos os irmãos e muito menos os conhecemos bem, mas creio que estamos bem ligados uns nos outros, e juntos compomos o Corpo que Cristo é o Cabeça. Desde a D. Ady Araújo até a Júlia Granjeiro (recém-nascida) nos amamos não importando a idade, posição social, profissão ou qualquer outro divisor.


Conforme Paulo nos fala “...se um membro sofre, todos sofrem com ele; e, se, um deles é honrado, com ele todos se regozijam.” (1Co 12.26). Quando uma criança canta no culto, todos nos alegramos, assim sendo, quando estamos unidos podemos sentir as alegrias, as tristezas, as lutas, as vitórias uns dos outros. Juntos nós crescemos e nos fortalecemos, quer seja em oração, em adoração, em ensino, em bondade, em amor. Nós escrevemos nossas histórias juntos, e isso é muito maravilhoso!


João 17 Jesus orou para que todos fôssemos um, unidos em comunhão: "Minha oração não é apenas por eles. Rogo também por aqueles que crerão em mim, por meio da mensagem deles, para que todos sejam um, Pai, como tu estás em mim e eu em ti. Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.” João 17:20,21. Agora entendo o “alto preço”. É renunciar o próprio “eu” e amar o irmão com suas qualidades e defeitos. A comunhão exige tempo, dedicação, ensino e sacrifício. Assim fazendo expressamos nossa comunhão uns com os outros, e revelamos o amor ao próximo e a Deus.


Podemos falar sobre o “alto preço da comunhão” em três situações:


1. Jesus por nós - Como diz a canção: “quando Jesus derramou sua vida, Ele pensava em mim, pensava em ti, pensava em nós.” Jesus escolheu a comunhão, sem hesitar, quando entregou sua vida por nós, para a nossa salvação.


2. Eu e você - Salmo 133.1 afirma: “Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união.” A expressão “Estou com você na alegria ou na tristeza, na saúde ou na doença, na riqueza ou na pobreza” feita por noivos no altar, denota que estarão sempre juntos, mesmo quando estão afastados por ocasião de viagens, trabalhos, enfermidades... Assim também são alguns amigos que desfrutam da amizade na comunhão da igreja, mesmo afastados estão unidos no Corpo de Cristo.


3. Eu por você – Aqui há uma situação mais complexa, pois acarreta a renúncia de si por outro. Quantas vezes estamos felizes e choramos a tristeza do outro, ou, tristes e sorrimos a vitória do outro. Somos um só corpo mais muitos membros (1Co 12.14, 20). 12.14, 20).


Em 2013 passei pelo câncer e muitas pessoas nem ficaram sabendo, mas eu me vi nessa situação. Um casal que não sabia de minha enfermidade, atravessava uma fase dura, e, de repente, eu estava lá, os ajudando a superar a crise. Passados alguns dias, eles ficaram sabendo do meu problema me perguntaram: “como você consegue ajudar, precisando de ajuda?”. É Deus que nos faz assim, nos fortalece ainda que fracos, para, através da comunhão, ajudarmos uns aos outros.


Isso é o testemunho do poder de Jesus se manifestando em nossas vidas, somos tantas pessoas diferentes unidas em amor.


Katia e Álvaro Arten