O AUXÍLIO QUE VEM PELA COMUNHÃO

“Como o ferro com o ferro se afia, assim, o homem, ao seu amigo” (Pv 27.17).


O Texto citado, ainda que em uma linguagem figurada, é uma “Palavra poderosa de Deus”. Sendo assim, podemos extrair dela enriquecedora lição.


Observamos nos Escritos Sagrados que quando Deus começou a cumprir a Sua promessa em fazer da descendência de Abraão um povo exclusivamente Seu, Ele só deu início após libertar os hebreus do pesado jugo de Faraó, no Egito. E uma das primeiras providências foi dar regras em forma de Lei - em tábuas lavradas e escritas pelo próprio Criador, entregues à Moisés no Monte Sinai - com as quais Deus organizaria o Seu povo. Notamos que os quatro primeiros mandamentos se referiam ao relacionamento vertical, isso é, diziam respeito ao relacionamento do homem com Deus.


Entretanto, as seis demais Leis tratam do relacionamento dos homens entre si. O que evidencia que Deus criou o ser humano para o convívio social, porém isso tem sido desafiador, na maioria das vezes. Pois é necessário renunciarmos aos direitos que temos e aceitarmos atitudes ou expressões que não nos agradem, e muitas outras coisas que requerem renúncia própria. Preço que bem poucos se dispõem a pagar.


A linguagem bíblica de um ferro em contato com outro clareia esse conceito perfeitamente; o atrito “faz barulho” e barulho é um ruído desagradável aos ouvidos. Outras vezes, o atrito provoca “faíscas” e isso é assustador, mas também esse “contato” pode se tornar benção quando aceito e vencido. Poderíamos citar o caso da afiação de uma ferramenta - uma enxada, um machado ou mesmo uma faca.


Um exemplo clássico de relacionamento desafiador é o CASAMENTO que, em uma perspectiva racional, tem tudo para dar errado! Pois se trata de dois seres completamente diferentes tanto geneticamente/anatomicamente quanto sentimentalmente. Ambos educados por famílias com valores e costumes diferentes, cuja proposta é a de se unirem e caminharem juntos, vencendo “todos” os obstáculos, até que a morte os separe (o que na maioria das vezes pode demorar).


O interessante é que no início, quase que inconscientemente, um vê no outro virtudes e qualidades que ele(a) não possui. O que no princípio era um “atrativo”, com o passar do tempo, torna-se um grande desafio, pois requer renúncia, sabedoria, paciência e virtude. Qualidades que percebemos que não temos o suficiente, para honrarmos e cumprirmos os votos voluntários que fizemos a Deus, na presença de uma autoridade eclesiástica, de testemunhas e familiares que atentamente ouviram e consentiram com nossas declarações.


Diante de tudo, a questão é vale a pena? Será mesmo? Com toda a certeza, podemos afirmar que sim! Vale e vale muito a pena! A comunhão é abençoadora! Ela une! Ela fortalece! A comunhão é coisa de Deus! João, o Apóstolo do Amor, em I João 1.3, fornece uma preciosa receita, quando escreve, ao propagarmos o Evangelho (Boas Novas), somos contagiados pela comunhão com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo, comunhão que também se estende aos que nos ouvem. E no verso seguinte, João deixa registrado como resultado: “para que a nossa alegria seja completa!” É esse o extraordinário auxílio que vem da comunhão!


Pr. Sidnelson de Souza