Sempre gosto de trazer na memória que eu fui gerado para ser dependente de Deus e do meu próximo, pois para ser gerado foi necessário o relacionamento dos meus pais, para começar os primeiros passos dependia deles, para superar as enfermidades da infância dependia deles, quando firmei nos primeiros passos certamente pensei: “agora estou livre”. Mas as adversidades encontradas no caminho me levavam correndo para os braços deles, pois eles sempre foram o meu auxílio. Quando a vida escolar chegou, julguei que iria dar conta sozinho, mas não, precisei dos professores e colegas da sala de aula. Veio o período da adolescência quando veio um sentido de independência, mas me vi recorrendo aos colegas para nadar no rio; neste tempo, perdemos dois amigos por acharem que podiam nadar sozinhos ou ficar longe de nós. Uma tragédia fatal! Dois amigos se foram por não quererem estar com o grupo e, por isso, não tiveram como receber auxílio.
Quando encontrei com Cristo Jesus aprendi que uma das decisões da nossa vida é viver em comunhão com os irmãos e poder vivenciar o agir de Deus no meio da comunhão, em que cada um socorre o outro e todos caminham juntos com o mesmo objetivo de glorificar a Deus. Como podemos verificar no início da igreja primitiva: “Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum.” (At 2.44). Isso se estende por todo o avanço da igreja de Cristo Jesus. Podemos verificar o apóstolo Paulo mencionando que o auxílio chegou até ele por meio da comunhão que teve com os irmãos. Ele relata na epístola aos filipenses, e solicita que outros também sejam assistidos através da comunhão que temos com Cristo Jesus: “A ti, fiel companheiro de jugo, também peço que as auxilies, pois juntas se esforçaram comigo no evangelho, também com Clemente e com os demais cooperadores meus, cujos nomes se encontram no Livro da Vida”. (Filipenses 4.3), e, “Alegrei-me, sobremaneira, no Senhor porque, agora, uma vez mais, renovastes a meu favor o vosso cuidado; o qual também já tínheis antes, mas vos faltava oportunidade”. (Filipenses 4.10).
Creio que atualmente devemos estar empenhados em viver em comunhão uns com os outros na casa de Deus e também nas programações da igreja, como retiros, encontros de casais, reuniões dos jovens, trabalhos dos adolescentes, EBF das crianças, encontros de PGs, EBD, etc. Esses momentos são inesquecíveis, edificantes e fortalecem os nossos relacionamentos entre os irmãos, além de facilitar a nossa caminhada cristã, porque por meio da comunhão conhecemos as necessidades dos nossos irmãos, e tornamos as nossas também conhecidas, e assim todos são edificados e abençoados por Deus. Essa é a vontade de Deus. Percebemos isso de uma maneira muito clara no Salmo 133.1 e 3b “Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos! ... Ali, ordena o Senhor a sua bênção e a vida para sempre”.
O maior desafio é crermos que a Palavra de Deus tem razão, e assim, colocarmos em prática as verdades bíblicas para contemplarmos a boa, perfeita e agradável vontade de Deus na nossa comunhão uns com os outros. Assim compreendemos a verdadeira comunhão entre Deus, Jesus Cristo e o Espírito Santo, que se estende para a igreja do Senhor Jesus Cristo, cada um servindo com alegria através do dom recebido e impactando a vida do seu irmão. Assim vamos investir nosso precioso tempo no auxílio aos outros e ser contemplado pelo auxílio que vem dos outros através da nossa comunhão.
Pr. Marcos Vinícius de Oliveira ICE Canaã – Imperatriz - MA