Santidade é um dos atributos mais precisos de Deus. A palavra Santo, quer dizer separado, distinto, que ilustra Sua suprema perfeição. No caso de Deus isso o distingue de todos e de tudo o que foi criado. O Senhor é santo. Este fato deveria nos encher de temor e reverência, já que estamos diante de um Rei que é Santo, um soberano Todo Poderoso e perfeito que, justamente pela Sua santidade, abomina o pecado de todas as formas.
Como nós, pecadores insignificantes, poderíamos ter reação diferente diante destas verdades? O Profeta Isaías ficou aterrorizado (Is 6.5) diante desta perspectiva. Com Moisés não foi diferente quando Deus falou através da sarça, ele cobriu o seu rosto temendo olhar para o grande Eu Sou (Ex 3.6). Quando Pedro, Tiago e João no monte tiveram a visão do Senhor Jesus com o rosto resplandecente (Mt 17.6), caíram de bruços tomados de medo ao se depararem com a manifestação da majestade e da santidade de Deus.
Através de Jesus (e só dele) temos acesso a este Deus Santo que abomina o pecado. Incapazes de tal grau de perfeição, estaríamos todos condenados, não fosse a misericórdia de Deus em nos enviar Jesus para que “todo aquele que nele crer possa ser salvo” (Jo 3.16) da ira deste Deus Santo. A cruz é o nosso refúgio, nossa salvação e nossa única esperança.
Aos olhos humanos, muito tempo já se passou desde estes acontecimentos. Mudaram-se os costumes, as culturas, as tecnologias e a forma de viver. O homem moderno tende a se afastar destas narrativas buscando “contextualizar” Deus, e porque não dizer, “domesticar” Deus, criar um Deus que seja do jeito que ele quer, conforme a sua própria vontade pecaminosa e que de preferência não interfira no seu jeito de viver, relativizando o que a Bíblia trata como absoluto. Deus não conhece épocas ou costumes. Deus é.
O Senhor não se impressiona com as invenções nem com as culturas humanas. Deus não se submete a teorias, argumentações ou filosofias. Ele tem conhecimento de todas as coisas. Ele criou o ser humano e conhece cada pensamento muito antes de ser concebido. Ao longo das eras o Senhor já lidou com todo o tipo de heresias. Ele é onisciente, absolutamente nada o surpreende. Nós, ao contrário, sim, deixamo-nos levar por falsos mestres com bom poder de persuasão, boa oratória (às vezes nem tão bons) e negociamos nossa primogenitura até pelos “pratos de lentilha” (Gn 25.29-33). Tentamos moldar o Deus das Escrituras que não pode ser manipulado, e então, diante de nossos planos frustrados, criamos a nossa versão de Deus, que nada mais é do que uma falsificação do Deus vivo, uma caricatura, um ídolo sem poder, vazio, que passa a ser cultuado por falsos cristãos, que assim como o seu deus são “fake”, o que a Bíblia chama de “joio no meio do trigo” (Mt 13.25).
O Deus das escrituras não se deixa moldar à nossa vontade, nós é que devemos nos pautar pela sua soberana e santa vontade. Nós é que, como seu povo, devemos nos esmerar em conhecê-lo estudando-o através da sua Palavra, orando e pedindo a sua direção para o nosso viver, buscando imitá-lo e agradá-lo, perseguindo uma vida de santidade, de abandono diário de pecados. Só assim poderemos verdadeiramente engrandecer o seu nome e refletir a sua glória neste mundo caído, que tanto precisa conhecer o Deus vivo que salva e que é Santo, Santo, Santo! (Is 6.3). Que o nosso brado seja “Santidade ao Senhor!”.
Ele espera de nós nada menos do que isso. (I Pe 1.16) Soli Deo Gloria.
Pb. Marcos Alexandre Rauer Demant