SANTIDADE TEM TUDO A VER COM TESTEMUNHO

“Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo coração, como para o Senhor e não para homens.” ( Cl 3.23)


Ao tratar de santidade, precisamos ter claro que, sim, ela começa no nosso coração. Afinal somos chamados a ser “puros de coração”! Mas não para aí: também somos desafiados a ser santos em todo o nosso procedimento (1Pe 1.15), ou seja, em nossa postura, conduta, maneira que vivemos. A santificação é um processo que ocorre de dentro para fora, não podemos nem inverter a ordem, nem tirar uma das etapas; somos chamados a viver de acordo com a transformação que está acontecendo em nosso interior e ser testemunhas de um Deus que é santo.


Isso quer dizer que não podemos nos acomodar com uma postura que não reflete quem Deus é, ou pior, usar de versículos bíblicos (fora de contexto) para justificar essa postura, dizendo, por exemplo, que “Deus vê o coração” e coisas assim.


Pois, esse mesmo Deus diz em Sua palavra que nós conhecemos uma árvore pelos seus frutos (Mt 7.17-20), isto é, nós manifestamos exteriormente – em ações, reações, postura, palavras – aquilo que somos, que está sendo gerado internamente. E Jesus usa da mesma lógica quando diz que “a boca fala do que está cheio o coração” (Mt 12.34b).


A Bíblia também nos diz que “aquele que diz que permanece nele (Jesus), esse deve também andar como ele andou” (1João 2.6). E o processo de santificação é exatamente isso: em primeiro lugar, permanecer em Cristo, conhecê-lo, ser como Cristo é, para então andar como Ele andou, viver, agir, pensar, falar como Ele!


Assim testemunharemos quem Ele é, sendo instrumentos dele na vida de pessoas que ainda não O conhecem – evangelizando, anunciando as boas novas de salvação – e também na vida de nossos irmãos na fé, que já O conhecem.


Uma vez que a Igreja “é um centro de conversão, confissão, arrependimento, reconciliação, perdão e santificação, onde pessoas falhas colocam sua confiança em Cristo, se reúnem para conhecê-lo e amá-lo mais e aprendem a amar aos outros como Ele planejou” - segundo o escritor Paul David Tripp em seu livro Instrumentos nas mãos do Redentor - em outras palavras, nosso testemunho pode e deve ser relevante no corpo de Cristo também, e é nesse ambiente que encorajamos e somos encorajados, exortamos e somos exortados, confessamos pecados, ajudamos e somos ajudados a ser mais parecidos com Jesus.


Não podemos, porém, deixar que o foco do nosso coração seja o exterior, os frutos, o comportamento em si, porque, dessa forma, inverteremos a ordem do processo, tirando Jesus do centro do nosso coração e, facilmente, começaremos a viver uma vida de aparências, guiada pelo reconhecimento das pessoas.


O foco do nosso coração, nossa motivação, deve ser sempre conhecer a Cristo, contemplá-lo e permanecer nele e, à medida em que isso acontece, somos transformados à imagem dele, de dentro para fora, testemunhando quem Ele é, como diz o versículo de 2Coríntios 3.18: “E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito”.


Deborah Elizabeth Barnett