TOMANDO DECISÕES SEGUNDO A VONTADE DE DEUS

Qual é a vontade de Deus? Como podemos saber? Essas são perguntas que, certamente, um crente que deseja glorificar a Deus já fez. Contudo há muita confusão a esse respeito e não poucos meios perigosos de buscar entender a vontade de Deus.


A vontade de Deus nas Escrituras


Há vários termos bíblicos para se referir à vontade de Deus, dentre eles, “conselho, plano, propósito, desígnio e vontade”. Esses termos, porém, nem sempre têm o mesmo significado. Deus diz pela boca do profeta “o meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade” (Is 46.10b). Aqui, conselho e vontade se referem ao plano de Deus em execução na história.


Escrevendo ao tessalonicenses, Paulo diz: “Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação” (1 Ts 4.10a). Nesse caso, a expressão vontade de Deus se refere àquilo que Deus requer do seu povo.


Além da distinção entre os planos de Deus e a lei de Deus (o que Ele requer), precisamos distinguir entre a vontade revelada e a vontade secreta. No contexto da repetição da lei, Moisés diz: “As coisas encobertas pertencem ao Senhor, nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem, a nós e a nossos filhos, para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei” (Dt 29.29).


Tiago fala a respeito desta vontade secreta de Deus quando diz: “Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa. Em vez disso, devíeis dizer: Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo” (Tg 4.14-15).


Deste modo, podemos entender a “vontade de Deus” em pelo menos quatro aspectos: o plano infalível (seus decretos), aquilo que Ele requer (sua lei), a vontade secreta (o que não está revelado) e vontade revelada (normalmente relacionada à sua lei).


Evitando a confusão


Em Efésios 5.17, o apóstolo Paulo nos orienta a “compreender qual a vontade do Senhor”. O que “vontade de Deus” significa neste versículo? O contexto mostra que Paulo está tratando daquilo que Deus revelou, isto é, uma nova forma de viver agora que fomos chamados para a salvação em Cristo Jesus (Ef 4.1,17; 5.2,15). 


Portanto, compreender a vontade de Deus, nada mais é do que entender aquilo que Deus requer de nós (que foi revelado). Isso é viver sabiamente e não de forma insensata como diz o texto.


“A boa, agradável e perfeita vontade de Deus” como descrita em Romanos 12.2 não pode ser experimentada, a menos que rejeitemos a vida conforme o mundo e transformemo-nos pela renovação da nossa mente em Cristo Jesus. Portanto, em vez de tentar descobrir a vontade secreta de Deus para nossa vida pessoal, deveríamos nos preocupar em obedecer a tudo o que Ele revelou nas Escrituras.


“Devo aceitar o convite para um novo trabalho?”; “Qual faculdade escolher?;

“Será vontade de Deus fazer um novo mestrado?”; “Para onde devo me mudar?”. Questões assim fazem parte da “vontade secreta” de Deus. Por conseguinte, em vez de buscar uma revelação pessoal, deveríamos tomar a melhor decisão possível a partir de tudo o que Deus já nos revelou em sua Palavra.


A partir das Escrituras, em oração, ouvindo conselho de crentes mais sábios, após reflexão e fé na soberania e bondade de Deus, tomamos nossas decisões. Certamente esse caminho de sabedoria é estranho para aqueles que valorizam o subjetivo, a voz do coração, os sonhos e visões proféticas, porém, será uma trilha segura para os que confiam e declaram: “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e, luz para os meus caminhos” (Sl 119.105).


Pr. Vinícius Ferreira