“Portanto, qualquer que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, irmã e mãe.” (Mc 3.35) Que palavra você usa para definir “Mãe”?
Enquanto Pai é segurança, provisão, proteção, apoio; Mãe, seria o quê? Amor, carinho, compreensão, doçura, bondade, misericórdia...
Uma certa mulher querendo honrar a mãe de Jesus, ao vê-lo passar disse: “Bemaventurada aquela que te concebeu, e os seios que te amamentaram! Ele, porém, respondeu: Antes, bem-aventurados são os que ouvem a palavra de Deus e a guardam!” (Lc 11.27-8). Longe de ser ríspida, essa resposta é esclarecedora e cheia de valores celestes. Precisamos entender que os laços de sangue são horados por todos, mas não nos garantem benefícios no céu. Na mesma linha de raciocínio, o texto de Mc 3.31- 35 nos mostra três grupos em torno de Jesus, revelando que a proximidade de parentesco não tem muita importância, e sim a intimidade com Deus.
AS AÇÕES DOS DE FORA (Mc 3.31) - A mãe e os irmãos. O texto nos mostra que houve um grupo que naquele culto, ficou por fora, que acompanhou de longe. Talvez pelo grau de parentesco, achou que não precisava de muita intimidade ou que que por ser parente detinha alguns privilégios. Neste grupo tinha gente importante, gente de peso, de influência, gente de perto. Aqui está a mãe, irmãos e irmãs de Jesus (Mc 3.31). A intimidade misturada com a autoridade: “do lado de fora, mandaram chamá-lo” - mandam chamá-lo.
Às vezes, os de fora não entram e ainda tentam tirar os de dentro. Gente de fora nunca chama para dentro; e o seu chamado não deve ter peso para os que estão dentro. Gente de fora sempre atrai para fora, para onde está. Geralmente os motivos de quem está fora são fortes. Jesus não permitiu que os de fora fossem honrados, mesmo que entre eles houvesse laços parentescos. Geralmente, os de fora não agregam valores, não ajudam.
OS QUE ESTÃO AO REDOR (Mc 3.32) - Tem um grupo que entra e sai, que traz notícias de fora, e leva informações de dentro. Esses até se sentam para ouvir, mas entram e saem por qualquer razão: água para beber, celular para atender, toalete para ir, um barulho lá fora que atrai, um movimento extra... Tem um grupo que entra e sai durante o culto. Está dentro e está fora, que pega um pouco dos de dentro e um pouco dos de fora. Trazem informação de fora para os de dentro e, às vezes, levam histórias dos de dentro para os de fora. Eles não são “frios nem quentes” - Mornos (Ap 3.15). Trazem marcas de quem andou perto e tem cheiro de mundo. Misturam-se com os de fora ao ponto de quase perderem a identidade.
OS QUE FAZEM A VONTADE DE DEUS (Mc 3.35) –À semelhança dos dois primeiros grupos, esses têm vontade, fazem planos, traçam projetos, mas são convencidos pelo Espírito Santo e renunciam a si, em favor de serem o que Deus projetou que fossem. Sempre oram, mas dizendo: “Venha o teu reino; faça-se a tua vontade.” (Mt 6.10) – São servos e obedecem ao seu Senhor acima de sua vontade. Em defesa deste grupo de servos obedientes, Jesus reagiu: “E, estendendo a mão para os discípulos disse: Eis minha mãe e meus irmãos.” (Mt 12.49). E acrescentou: “Porque qualquer que fizer a vontade de meu Pai celeste, esse é meu irmão, irmã e mãe.” (Mt 12.50).
Jesus trouxe um novo conceito de mãe, mostrando-nos que os laços de parentescos são bons, claros, que têm o seu valor, mas não garantem benefícios no reino de Deus. Os laços de família ficam por aqui.
Pr. Valdemberg Viana