“UMA IGREJA QUE VIVIA EM COMUNHÃO”

“Na igreja de Antioquia havia profetas e mestres: Barnabé, Simeão, chamado Níger, Lúcio de Cirene, Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo. Enquanto adoravam ao Senhor e jejuavam, disse o Espírito Santo: "Separem-me Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado". Assim, depois de jejuar e orar, impuseram-lhes as mãos e os enviaram.” At 13.1-3


A igreja de Antioquia tem uma das histórias mais interessantes de Atos dos Apóstolos. A primeira coisa a se notar nesta igreja é que ela é fruto da perseguição em Jerusalém (At 11.19), ou seja, é uma igreja que nasceu “ao acaso”; a segunda coisa é que ela foi a primeira igreja que deliberadamente incluiu gentios no seu meio (At 11.20); a terceira coisa a se notar é que foi ali que recebemos o nome de cristãos (At 11.26); a quarta é que ali se formou uma igreja fundamentada nos ensinos de Jesus. Barnabé e Saulo foram seus primeiros líderes, onde eles ensinaram o evangelho a muitas pessoas. Todas essas ações, certamente promovidas pelo Espírito naquela igreja, formaram aquela que é a “Igreja Mãe” de todas as igrejas plantadas nas viagens missionárias de Paulo. Pensando historicamente, podemos dizer que a igreja brasileira é uma “tataraneta” da Igreja de Antioquia.


A Igreja de Antioquia era uma igreja que demonstrava a diversidade e a união que são necessárias em todas as igrejas. Notemos a diversidade quando o texto, no capítulo 13, enfatiza os dons que havia ali: Profetas e Mestres. Sabemos que para o desenvolvimento da igreja Deus deu dons aos seus servos, como nos mostra Paulo; “... e concedeu dons aos homens”. (Ef 4.8). Além da diversidade dada por Deus por meio do seu Espírito, era necessário que a igreja manifestasse a sua unidade, que também é gerada por meio do Espírito, como nos ensinam as Escrituras em Ef 2.14: “Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um”. Parece claro que a consciência de unidade é que fez desta igreja uma igreja singular para a glória de Deus.


Movidos por Deus, reconhecendo seus dons e vivendo em comunhão, essa igreja foi usada para cumprir o ide por todo mundo, a começar pelo testemunho local, onde os seguidores de Jesus foram chamados pelos não crentes de cristãos, isto é, pequenos cristos. Chamavam-nos assim porque suas vidas testemunhavam o que pregavam a respeito de Cristo.


Além do testemunho local, os fiéis foram obedientes ao Espírito, enviando aqueles que o Senhor havia chamado para pregar em outras paragens. (At 13.2)


A Igreja de Antioquia comprometeuse com a oração e com a manutenção daqueles que iriam viajar por vários lugares anunciando a Palavra de Deus (At 13.3).


Isso se deu porque eles estavam unidos num mesmo propósito, como a Palavra de Deus orienta que toda igreja também o faça:


“completai a minha alegria, de modo que penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento” (Fp 2.2)


A vida cristã pulsante daquela igreja, manifestada em muitas maneiras, inclusive por meio da sua unidade, frutificou para a glória de Deus até os confins do mundo. Ali pessoas foram desafiadas a testemunhar aos de perto, foram desafiadas a ir até os que estão
longe, foram desafiadas a orar e a contribuir com os missionários enviados.


Queira Deus faça isso de novo começando em mim, em você e em nossa igreja.


Pr. Edilson Nunes