A BONDADE QUE REFLETE O CARÁTER DE DEUS

“Mas o fruto do Espírito é… bondade.” (Gálatas 5.22)


A bondade é um dos frutos do Espírito Santo e reflete o caráter de Deus em nós. Contudo, não basta reconhecê-la como obra do Espírito; é preciso cultivá- la por meio de uma vida devocional consistente. Assim como um agricultor não pode esperar colher sem antes semear, o cristão não pode manifestar bondade sem buscar santificação por meio da oração, leitura bíblica e comunhão com Deus. A bondade é um reflexo do Espírito, mas exige nosso esforço diário para ser evidenciada. O que é bondade? Bondade é mais do que gentileza ou educação. Ela vai além de tratar os outros com delicadeza; é estar pronto a fazer o bem. Por exemplo, você pode tratar alguém que pede ajuda financeira com amabilidade, mas, se não agir para ajudá-lo, faltou bondade genuína. A bondade é prática e visível – ela exige ação em favor do próximo.


É fundamental destacar a origem da Bondade em nossas vidas. A bondade que há em nós vem de Deus, pois Ele é bom por natureza. Desde a criação, Sua bondade é evidente: “E viu Deus que isso era bom” (Gn 1:10). Mesmo após o pecado, Deus não destruiu a humanidade, mas, em Sua bondade, enviou a redenção por meio de Cristo. Ele nos resgatou da morte espiritual e nos deu nova vida (Ef 2:5-7).


Além disso, Deus é o Bom Pastor, que nos guia e conforta nas aflições: “Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida” (Sl 23:6). Por Sua bondade, somos chamados ao arrependimento e capacitados a estender essa bondade ao próximo. Como viver em bondade? Em primeiro lugar, com os da família da fé. A bondade começa dentro do corpo de Cristo. Não podemos ignorar as necessidades de nossos irmãos enquanto buscamos ajudar os de fora. Paulo nos exorta: “Façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé” (Gl 6:10).


Devemos orar uns pelos outros, ajudar financeiramente os necessitados, encorajar os desanimados, visitar os enfermos e demonstrar cuidado mútuo. Se um membro do corpo sofre, todos sofremos; se um se alegra, todos nos alegramos (1Co 12:26). Essa interdependência reflete a unidade do corpo de Cristo. Também precisamos corrigir e aconselhar nossos irmãos em amor, edificando-os na fé (Cl 3:16). Até mesmo a disciplina, quando feita com amor, é uma expressão de bondade. Em segundo lugar, com os perdidos. A bondade também deve alcançar os que não conhecem a Cristo. Jesus, ao curar e realizar milagres, sempre apontava para o que era mais importante: a salvação.


Assim, nossa bondade não deve se limitar à ação social, mas incluir a pregação do Evangelho. Se ajudarmos alguém com comida, mas não falarmos de Jesus, nossa ajuda será temporária. Por outro lado, se pregarmos o Evangelho sem cuidar das necessidades básicas, nossa mensagem será incompleta. A verdadeira bondade une as duas coisas, suprindo tanto a fome física quanto a espiritual. Portanto, a bondade que Deus nos demonstrou deve ser a mesma que manifestamos aos outros. O Espírito Santo produz em nós, mas somos responsáveis por cultivá-la, buscando uma vida íntima com Deus e agindo de forma prática em favor do próximo. Que a bondade de Deus derramada sobre nossas vidas nos faça instrumentos de graça na vida das pessoas.


Pr. João Antônio Pereira Neto.